domingo, 31 de outubro de 2010

Odiar o desconhecido.

Taí. Taí a pior das qualidades que definem o homo sapiens sapiens.

Vou te contar, o que mais me irrita nas pessoas é a mania dumau de odiar o que não conhece. "Ah, odeio Harry Potter!", "Odeio Star Trek!", "Odeio ler!", "Ih... não gostei daquele menino novo!". Esses são alguns exemplos que fazem meus olhos ficarem vermelhos da cor do céu de Vulcan.

É sempre assim! Eu me pergunto, como diabos uma pessoa pode odiar algo (ou outra pessoa) sem dar chance àquilo? E o pior! Elas criam uma carapaça tão grossa sobre não gostar que mesmo tendo a oportunidade não tentam conhecer.

Meu primeiro encontro com um Desgostoso (é como chamo as pessoas que desgostam de tudo que não entendem) foi quando era bem pequeno. Na minha cidade eu tinha sido um dos primeiros a ler Harry Potter e virei fã na hora. Sabe como criança é, vira fã e sai contando para todo mundo querendo fazer clubes e brincar sobre aquele tema. Pois é. Foi minha primeira decepção. Quase ninguém conhecia Harry Potter. E os poucos que conheciam (aqueles tipos que vêem a capa e acham que conhecem) já tinham a maldita carapaça comum os Desgostosos e por mais que eu tentasse contar a história, mais grossa ficava a carapaça. E o mais estranho é que depois de dois anos, todo mundo amava e, mesmo assim, eu ainda era martirizado por gostar desde o princípio. É como se não seguir modas fosse uma coisa ruim.

Anyway, achando que as pessoas cresceriam no mesmo ritmo que eu, imaginava que nunca mais poria os olhos em um Desgostoso. Ledo engano. Até hoje, repito, até hoje, me deparo com Desgostosos de grosso calibre. Daqueles que não satisfeitos em desgostarem de uma obra, desgostam de todo um meio. Tipo: "Ah, odeio Star Trek... isso significa que odeio ficção científica, o que quer dizer que todo filme/livro/série que tiver uma nave espacial vai ser ignorado por minha suprema ignorância."

Eu, por exemplo: Li toda a série Crepúsculo e posso dizer: Aquilo é uma bosta. Pronto! Taí uma opinião que deve ser levada em conta. Eu sou fiel aos meus princípios. Só critico coisas de que tenho profundo conhecimento. Ver/ler/assistir/conhecer só uma parte não serve.

Fikdik para quem me conhece e é um Desgostoso assumido: Se eu falar de algo que você desgosta, mude de assunto.

Pais e reencontros.

Para mim há dois tipos de encontros: Os bons e os ruins. É, às vezes eu sou simplista mesmo.

Vou colocar vocês à par da situação: Há 12 anos, mais ou menos, mamãe e papai se divorciaram. Por uns dois anos (no máximo) papai continuou me visitando. E depois parou. Disse que ficava caro se deslocar de quinze em quinze dias do Rio de Janeiro (Capital) para Miguel Pereira (Cidade do interior do Rio). Mamãe me deu duas cadelas, que eu nomeei de Bolota e Bolita. Vovô se tornou meu verdadeiro pai. Moramos, desde então, eu, mamãe, vovó e vovô.

Agora, como disse no post anterior, completei dezoito anos e na visão de papai eu não mereço mais o único salário mínimo que recebo dele. E então começa: Antigos conhecidos de minha mãe aparecem nos nossos orkuts, querendo retomar contato. Uma colega de escola do meu prézinho tenta a mesma coisa. E por fim, meu Nêmesis, meu Darth Vader, meu pai (Olha, eu sou o Luke!) em pessoa aprende a usar as teclinhas, faz um orkut, coloca um par de fotos minhas e de minha mãe e me adiciona. No dia do meu aniversário. Sem me dar o menorzinho que seja de um "Parabéns, pivete"! Não que faça falta para mim, mas se ele não queria pagar a pensão, porque não ficou na dele? De qualquer maneira, minha outra dúvida é quem diabos ensinou o tapado a usar um computador. Deve ter sido o Chuck Norris, porque só para ensinar o movimento lunar já foram horas gastas, usando laranjas.

Anyway, isto é um exemplo de um encontro ruim. Digital, mas mesmo assim, ruim, porque não é proveitoso para nenhum dos dois. Agora, imaginem a cena: Show do Paul McCartney, dia 21 de Novembro de 2010, no Estádio do Morumbi, reencontrando minhas duas tias maternas e meu primo. Isso é um encontro bom. Sem brigas, conflitos ou nada assim. Apenas curtir boa música, com gente boa.

Ah, antes que me perguntem, neguei meu pai e todos os outros malditos contatos indesejáveis. Vida Longa a Paul McCartney. Nós somos pacíficos. Sempre. ("V")

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dezoito anos.

Sexta-feira. 12:37, Ponto de Ônibus do Parque Halfeld em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Um observador discreto houve uma discussão entre dois espécimes do sexo feminino, provavelmente mãe e filha.

-Mas mãe, eu tenho que ir no JFFolia! -Diz, notavelmente irritada, a jovem.
-Você tem mesmo é que estudar, Rafaela! -Contrapõe a senhora, com uma das mãos na cintura. Mau sinal.
-Aff, mãe, fala sério!
-Aff, filha, estou falando sério! -Sarcasmo. Toda boa briga começa com um sarcasmo.
-Ai, Deus, ainda bem que faço dezoito anos daqui a um mês e duas semanas, aí isso acaba.

Ôpa, pó pará. Devem ter percebido que o "observador discreto" sou eu (se bem que não sou bem discreto, mas de qualquer forma...). Esta história é baseada em fatos reais. O nome foi modificado para manter a privacidade do objeto em estudo.

Quem lê essa bagaça (se é que alguém lê) deve saber que sou novinho. Tenho 17 anos, o mais novo da minha turma desde que me entendo por gente. Ipso facto, deve ficar anotado nos diários de bordo que minhas opiniões sobre esse assunto não tem base científica, é restritamente baseado na observação dos fatos. Completo a idade penal do último dia do mês de outubro. Sim, é dia das bruxas e sim, isso explica muita coisa da minha personalidade (principalmente os posts do Fera-Humana).

Através de incontáveis anos de pesquisa (LoL) concluí que o aniversário-penal é super-valorizado (e que se dane a reforma ortográfica do Lula). Eu o vejo como mais um ano de minha vida, como vejo todos os outros, com o triste adendo de que agora você pode ser preso e surrado por marginais e policiais na cadeia. E, sinceramente, isso é mais um ônus do que um bônus.

Ok, nem tudo são acúleos (isto é, os "espinhos" da rosa). Podemos ir a shows que antes só poderíamos ir com um responsável, yey! Mas sinceramente, não ligo muito para isso. Afinal, isso aqui não é Os Simbiontes - Os Delírios de um Nerd? Pois então, a única vez que me ressenti pelo fato de ser menor de dezoito anos foi quando não pude ir ao show do Beatles Forever, no Cultural. Mas e daí? Todo 25 de dezembro tem show deles, ora!

E outra coisa: Todas as coisas que são para maiores de idade você já experimentou, quase com certeza (à excessão dos nerds que são...bem... nerds demais para isso estou nesse grupo). Já bebeu, já fumou, já se drogou... etc. Então, porque diabos, vocês esperam tão ansiosamente o décimo oitavo aniversário? Tão ansiosamente que nem curtem o décimo sétimo. Nem falo no décimo nono, porque depois da decepção que foi o décimo oitavo, você entra em depressão, relembrando os bons tempos não vividos. Ora, faça-me o favor!

Não sei se vocês sabem, mas a maioria das pessoas com 17 para 18 anos não tem autonomia. Nem financeira nem mental para morar sozinho, bancando todas as contas, sem ajuda dos progenitores. Então, se você quer que alguma coisa mude, sente suas nádegas em uma cadeira e estude para, quando você estiver pronto, você poder ser "auto-suficiente".

Mas, como sei que se conselhos fossem bons seriam vendidos no camelô, vai na fé, champs, sua vida vai mudar completamente quando tiver 18 anos.


UPDATE:

Eu estava certo, não mudou porra nenhuma, não evolui para Viníciuschu nem nada assim.

sábado, 9 de outubro de 2010

R.I.P - John Lennon

"Os bons morrem jovens". É, acho piegas também, mas fazer o quê? É a mais pura verdade.

Se você me conhece pessoalmente e lê as notícias (nem que seja o MSN Hoje), deve saber de quem estou falando. Óculos redondos, cabelos despenteados, famoso, contorverso, alguns o viam como herói e outros como bandido. Não, não estou falando de Harry Potter nem de seu pai, estou falando de John Lennon.

Eu sei, não estou com inspiração para escrever, devia voltar a ler Crônicas de Nárnia em vez de vir aqui e defecar pelos dedos, mas eu estou de luto e quando estou de luto, penso muito e quando penso muito, preciso escrever. Então, que se dane que o blog é meu.

Eu vivo me perguntando e nunca consigo a resposta. Não sei, eu devo ser um tipo de retardado, ou o mundo é que é. Como alguém simplesmente mata seu ídolo? E junto mata o ídolo do mundo inteiro! Quero dizer, caramba! O cara era um pacificador, queria todos felizes, em uma sociedade justa, não queria que a Guerra Fria acabasse com mísseis voando sobre nossas cabeças. Que tipo de ameaça ele era? A paz, não era o que todos queriam, no fundo? Não queremos, todos, que ninguém passe fome? Não queremos, todos, dar as mãos e admitirmos que não há diferenças entre nós? Então porquê, porquê matá-lo?

Eu posso dizer, hoje, que aqueles cinco tiros não só o mataram. Mataram também alguma coisa dentro de todos nós. Mataram grande parte do amor que temos em nosso coração e nos fez ver o cenário agreste do futuro.

R.I.P., John.