segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Meu vício, minha imaginação.

Hoje eu vim aqui querendo precisando escrever, mas não sabia sobre o quê. Escrevi duas linhas e a tempestade de verão chegou, me obrigando a desligar o computador e matar meu tédio com mais tédio. Talvez tenha sido providência divina, não sei, mas o que sei é que agora eu tenho um tema sobre o que falar.

Algumas pessoas se afastam de mim porque eu não partilho de seus vícios (futebol, cigarros, bebida, raves), achando que por isso eu me sinto o puritano. Não é verdade. O fato de eu preservar pela minha saúde (física e mental) não tem nada a ver com isso. Não faço de mim um exemplo de jovem, pois estaria sendo ridículo e afrontando a mim mesmo.

Eu já tentei beber e o resultado foi catastrófico. No primeiro gole, a careta foi mais forte do que minha dignidade. Acho que se eu experimentasse um cigarro, morria de falta de ar em uma só tragada. Já tentei ouvir música eletrônica, mas aquela repetição de sons unidos às imagens borradas de uma festa não me apetecem. Não acho que eu deva me deixar levar pelas pessoas que me rodeiam nem vice-versa. Eu tenho meus próprios vícios, mas deles eu não tenho vergonha.

Semana passada, ao comentar sobre o livro que eu estava lendo (Sétimo de André Vianco, muito bom, por sinal) com uma colega de curso, ela riu e falou que minha mania de ler estava começando a se tornar um vício perigoso para mim. Não vou dizer que foi a coisa mais imbecil e infantil que eu já ouvi dela, porque estaria mentindo, mas isso não vem ao caso. O que me encomoda é o fato de que, se ela acha isso, outras pessoas também devem achar! Por que na sabedoria e na burrice, uma coisa é certa: nunca estamos sozinhos!

Essa idéia me assustou por um tempo, mas depois me conformei com a minha imagem de nerd-viciado-em-leitura. Na verdade, acho que os livros são só uma parte da química mágica que se desencadeia em meu cérebro quando leio uma história nova. Pessoas, animais e lugares novos ganham lugar entre minhas sinapses e isso, pode anotar, deve dar mais onda que LSD. E o legal da leitura é que depois de anos lendo, você não contrái o cérebro e perde neurônios. Au contráire! Nosso cérebro se expande e podemos aprender mais e mais coisas!

Além de tudo isso, comigo funciona assim: mesmo que eu leia um livro que não me interesse tanto, minha imaginação muda a história, faz um novo enredo, trama os personagens intrínsecamente deixando até o mais chato dos livros bem mais interessante.

Não sei, pode ser um vício perigoso para mim, mas acho que ganho mais do que se eu estivesse pelos cantos fumando um cachimbo de crack. 

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