domingo, 6 de novembro de 2011

Saudades.

Como todos já devem estar cheios de ouvir, a palavra "saudade" é exclusiva da lingua portuguesa. Todas as outras línguas do mundo usam, para descrever esse sentimento, uma expressão ou frase. Mas, definitivamente, o sentimento saudade não é inerente apenas aos brasileiros.

Ouvi certa vez que a saudade é como uma águia na alma de uma pessoa. Ela desce por abismos e por um longo tempo parece estar morta, caída lá no fundo, incapaz de machucar alguém. Porém, eventualmente, ela ressurge, alçando vôo com uma velocidade incrível, procurando os limites da dita alma, destruindo qualquer barreira que a pessoa tenha criado - bebida, drogas, tratamento psicológico. Tudo some em um piscar de olhos, em um bater de asas.

Quando uma pessoa passa por sua vida, nunca é apenas isso, como em um desfile de moda. Geralmente ela leva uma parte de você e você uma parte dela. O verdadeiro problema é quando são partes grandes demais, tão grandes que você mal pode respirar. Você sente aquela ardência no peito, aquele bolo na garganta e o único remédio existente para melhorar essa coisa horrível que você sente, geralmente está longe demais. Inalcançavel. Inexoravel. Intangível como o alimento para Tântalo.

É uma sensação horrível, indescritível e geralmente vem acompanhada de outra situação igualmente indescritível: o amor. Mas acho que vale a pena sentir saudades, sentir amor. Pelo menos quando você sabe que um dia, mesmo que pareça daqui a muitos anos, você a encontrará, a abraçará, sentirá seu cheiro (aquele cheiro que parece estar com você desde o início de sua vida e sem o qual tudo parece mais preto e branco) e verá seu lindo sorriso.

Vale a pena porque quando isso acontecer, no fundo de sua alma, uma águia pousará e cantará, feliz.

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