quarta-feira, 20 de março de 2013

Cegueira sob ensaio.

Tenho problemas de visão desde... sempre, ou quase sempre. Lembro-me de, quando criança, ainda com a visão perfeita me interessar por óculos, achar que davam um "ar inteligente" e tudo isso só aumentou depois que li Harry Potter, por razões óbvias.

Dessa forma quando descobri minha miopia, corri a comprar meu primeiro par de óculos que era preto e redondo e eu o usava com um sorriso no rosto e a certeza de que minha carta de Hogwarts chegaria. Nunca cogitei a hipótese de ver o mundo sem esses óculos. Afinal, quem não gosta de gráficos HD?

Desde então tornou-se parte de minha vida acordar e colocar logo os óculos, ver o mundo como ele é para todos os outros que não tem essa deficiência e eu estava feliz com isso. Até que uma pessoa entrou em minha vida. Essa pessoa, em nosso segundo encontro tomou meus óculos e disse que eu deveria enxergar o mundo do mesmo jeito que ela (que também tem miopia). Foi estranho e desconfortável, tinha medo de tropeçar nas coisas e meu senso de profundidade era mias raso que uma colher de chá. 

Eventualmente, me acostumei com a sensação. Pude perceber que, andando na rua sem meus óculos, eu vejo todos como, na verdade, os veria com os óculos. Vultos, passando anonimamente por mim, sem mudar em nada meu curso. As pessoas que andam pelas ruas não se importam comigo tanto quanto não me importo com elas, então por que, por que querer vê-las com uma boa definição? 

Poeticamente, as pessoas mais próximas de você começam a fazer mais sentido, a se diferenciarem... como realmente é na nossa vida, acho. Quanto mais próxima a pessoa, mais detalhes e mais qualidades são identificáveis. 

Ficar sem os óculos tem alguns pontos positivos, como eu posso ver (ou não ver xD). A pessoa com a qual se está se torna mais importante para você do que o resto do mundo. Sempre sofri com olhos inquietos, querendo ver tudo o que acontecia ao redor... dessa forma, são tudo vultos. Nem preciso dizer também com relação à garoa. Sem óculos, é uma experiência energizante andar sob ela. Com óculos, enervante.

Ainda amo minhas lentes e não abdicarei delas... mas sempre se aprende algo com pessoas novas. Esse mundo é incrível.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Menoridade Penal: Discussão sem fundamento

Suscitado pelo Professor de Direito Penal (Ilicitude e Culpabilidade) escrevi uma dissertação sobre o assunto Menoridade Penal (Polêmica!) e o que penso sobre isso, de forma fundamentada nos Artigos da Constituição e Códigos Civil e Penal. Peço desculpas a quem não interessa o assunto por ser um pouco - bastante - ligado ao curso que faço, Direito. Segue a dissertação na íntegra:



De acordo com o Artigo 27 do Código Penal, os menores de dezoito anos são considerados inimputáveis de quaisquer crimes que venham a cometer. 

O Artigo 227 da Constituição Federal enuncia como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ao menor de idade a vida, saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade e convivência familiar e comunitária. Talvez tal cláusula seja a principal no que tange à conhecida discussão, pois é nela que se designa não apenas a função, mas o dever de proteção ao menor por este não possuir o discernimento necessário para reger a própria vida. No mesmo Artigo (227) há diversas prerrogativas concedidas aos menores, como acesso à escola, programas de proteção a usuários de drogas e proteção extra contra abusos sexuais devido ao motivo supracitado. No Artigo 228 está estipulado, também na própria Constituição, a menoridade penal.

Uma questão comum neste ponto é a emancipação, porém nem este aspecto resiste por muito tempo contra a informação de que o emancipado só é considerado plenamente capaz para a vida civil e não para a penal onde permanece inimputável nos termos da Lei.

Outra fonte a que devemos recorrer quando interpelados por tal questão é o Estatuto da Criança e do Adolescente que, em seu segundo capítulo e décimo sexto artigo, explana mais detalhadamente no que tange ao direito de liberdade (garantia fundamental) do menor. Já no terceiro capítulo do mesmo Estatuto há, em seu Artigo 19, o direito e necessidade de que todo menor dispõe de ser criado por sua família, família substituta ou instituições próprias (orfanatos). 

A infância, adolescência e a juventude são pontos importantíssimos na vida de uma pessoa, onde o caráter ainda é facilmente moldável. Ser criado em uma penitenciária por um crime que não cometeria se houvesse maior instrução seria não apenas um atentado à saúde mental da pessoa como também uma forma cruel de instrução e preparação para a vida criminosa. Toda a criança tem direito a receber instrução em Ensino Básico e Médio e não em uma Universidade do Crime.

domingo, 6 de novembro de 2011

Saudades.

Como todos já devem estar cheios de ouvir, a palavra "saudade" é exclusiva da lingua portuguesa. Todas as outras línguas do mundo usam, para descrever esse sentimento, uma expressão ou frase. Mas, definitivamente, o sentimento saudade não é inerente apenas aos brasileiros.

Ouvi certa vez que a saudade é como uma águia na alma de uma pessoa. Ela desce por abismos e por um longo tempo parece estar morta, caída lá no fundo, incapaz de machucar alguém. Porém, eventualmente, ela ressurge, alçando vôo com uma velocidade incrível, procurando os limites da dita alma, destruindo qualquer barreira que a pessoa tenha criado - bebida, drogas, tratamento psicológico. Tudo some em um piscar de olhos, em um bater de asas.

Quando uma pessoa passa por sua vida, nunca é apenas isso, como em um desfile de moda. Geralmente ela leva uma parte de você e você uma parte dela. O verdadeiro problema é quando são partes grandes demais, tão grandes que você mal pode respirar. Você sente aquela ardência no peito, aquele bolo na garganta e o único remédio existente para melhorar essa coisa horrível que você sente, geralmente está longe demais. Inalcançavel. Inexoravel. Intangível como o alimento para Tântalo.

É uma sensação horrível, indescritível e geralmente vem acompanhada de outra situação igualmente indescritível: o amor. Mas acho que vale a pena sentir saudades, sentir amor. Pelo menos quando você sabe que um dia, mesmo que pareça daqui a muitos anos, você a encontrará, a abraçará, sentirá seu cheiro (aquele cheiro que parece estar com você desde o início de sua vida e sem o qual tudo parece mais preto e branco) e verá seu lindo sorriso.

Vale a pena porque quando isso acontecer, no fundo de sua alma, uma águia pousará e cantará, feliz.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Contos de fada.

Quando eu era pequeno eu gostava de me imaginar detentor de alguma especialidade, poder, habilidade, o que seja. Eu gostava de pensar que talvez o mundo não fosse tão cinzento quanto parecia. Que deveriam haver dragões, fadas, princesas, amigos verdadeiros. Que, na verdade, a ficção não é nada mais do que um breve momento de lucidez, onde o autor conseguia ver por entre as cortinas que dividem as dimensões.

Era bom pensar assim. Minha infância não foi exatamente muito divertida, apesar do que os adultos da época pensavam. Morar em uma cidade pequena onde a criança tem espaço para brincar do lado de fora pode ser, sim, um problema sério. Antes de se estabelecer em um lugar, as pessoas têm de avaliar não apenas o local em si, mas as pessoas. Avaliar se as pessoas têm a mente tão pequena quanto o lugar em que moram, se elas estão preparadas para "intrusos" em seu ambiente. Pois bem, não foi assim que me instalei em Miguel Pereira e acho, sinceramente, que foi minha imaginação que me salvou da loucura.

Não, os miguelenses não estavam preparados para receberem bem "intrusos" vindo da "cidade grande". E sim, muitos deles tinham e, infelizmente ainda têm, uma mente tão rasa quanto uma colher de chá. Sem a minha imaginação não sei onde teria parado em uma escola onde meus "amigos" me acertavam com pedras na têmpora (e acreditem, isto não é uma hipérbole), meus inimigos riam e faziam chacota de mim e até os professores pareciam aprovar estes atos. Não estou aqui para me fazer de vitima, longe disso, estou aqui para mostrar como uma imaginação avantajada pode trazer o bem para alguém.

Não devo negar que por muitas vezes pensei em suicídio, naquela época. Pensei em morte grande parte da minha infância, sendo a minha ou a de outros, não importava. Provavelmente o que me salvou de um destino ruim foram os livros. Como disse em um post anterior, eles são os amigos nos quais podemos confiar. E foram eles que me guiaram, me possibilitaram criar uma crisálida ao meu redor. Talvez um observador externo reparasse em minha mudança ao longo dos anos, de passivo ao dano moral causado por outrem para apenas indiferente. Não, não funcionou de modo a desanimá-los a parar com tais danos como a maioria das pessoas tendem a acreditar, mas pelo menos me fez dar menos importância a eles e mais ao meu crescimento intelectual e, porque não dizer, espiritual.

Cavaleiros, princesas desprotegidas, magos, bruxos, unicórnios, gigantes, amizade eterna e sem interesses, tudo isso se tornou um ideal para mim, um objetivo a ser alcançado. E ter um objetivo é tudo que uma criança com problemas de bullying precisa, na minha opinião. Com eles, não há intelectualmente prejudicados o suficiente no mundo para desanimar-nos.

Não sei se encontrei ou se um dia vou encontrar todos estes itens acima, mas sei que nunca, nunca eu vou desistir de procurá-los no coração e na mente de cada um que estiver ao meu lado.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ensaio sobre os sentimentos.

Já fazia tempo que não falava de como me sinto aqui, não que alguém realmente se importe. Na verdade, nem sei se alguém lê isso aqui. Mas dane-se, faz tanto tempo que tudo mudou.

Quem me conhece de verdade sabe que na época de RPGs de orkut, eu estava lá. Tinha alguns personagens, a maior parte de Harry Potter, mas haviam personagens criados por mim, como detetives também. Foram nesses jogos que encontrei algumas das pessoas mais importantes hoje em dia para mim e não me arrependo de ter perdido um tempo enorme da minha adolescência no PC

Mas algumas pessoas são mais especiais que outras. O Nevs, principalmente, está comigo desde o começo, quase. Postava comigo no Simbiose, mas agora não liga mais para os blogs, só quer saber de sua aquarela.

Mas hoje em dia, quem eu mais me comunico, é quem é mais importante para mim depois de minha família. Por incrível que pareça, eu a conheci quando era uma Alice, um char de, pasmem, Crepúsculo. Era para não termos nem nos aproximado, até porque eu nem conhecia a saga ainda. Por causa dela comecei a ler e, admito, não gostei. Mas joguei com ela. Era como uma atração estranha. Eu, normalmente, ignoraria qualquer um com um char daqueles, mas não deu. Não com ela. Depois de um tempo nos falamos como Neuza e Vinícius. Ela entrava um dia e sumia por um mês e aquilo era estranhamente doloroso para mim. E então um dia nos falamos por telefone e ela achou minha voz (grossa demais) linda. E eu achei a voz dela (em sua opinião fina demais), linda também.

Agora nos falamos todos os dias por telefone. E eu fico esperando, meu coração apertado, querendo notícias, querendo saber dela. O que é estranho, nunca gostei de telefones, mas com ela eu os uso com prazer. Acho que minha mãe pensa que fui abduzido e que me trocaram por um clone, mas eu não acho. Só acho que estou apaixonado, o que é quase a mesma coisa.

Eu não tenho certeza se isso é normal com os apaixonados, mas comigo é assim e eu estou começando a gostar deste sentimento. Quando acordo, a primeira coisa que penso é nela e em quando vou ouvir sua voz, saber de seu dia, fazer brincadeiras... e quando ela liga e em meu celular ainda fechado aparece "Neu chamando", aquela sensação do coração parando por alguns segundos... O riso frouxo que se instala em meus lábios quando digo o primeiro "Oi, ma petit" do dia e a linha o leva rapidamente do sudeste para o nordeste do país. Ou então daquela sensação de perda quando a ligação termina e ela tem que voltar a estudar e que faz você querer por mais e mais. Não sei, devo estar condicionado a falar com ela de noite, porque quando me liga de dia, tudo isso é muito maior, somado com aquela saudade e tristeza.

Sei que é muito Anti-Vinícius dizer isso e provavelmente é porque eu fui abduzido e substituído por um clone bobão, mas eu estou adorando estar apaixonado.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fera-Humana 9

-Rapaz, essa história está começando a ficar ruim para nosso lado. Melhor tomar providências, dizia uma voz rouca e forte que parecia estranhamente errada, visto de onde saía. Saía dos lábios de um homem em seus "trinta-e-muitos", loiro, de barba bem feita e olhos de um verde claro que, sob a luz do sol pareciam muito bem ser azuis. Olhos enganadores de uma pessoa enganadora. O homem realmente parecia alguém a ser admirado. Admirado, não. Protegido. Parecia um filhote de um animal especialmente "bonitinho" que precisava desesperadamente de uma mãe, de um protetor. Na verdade, ele não era assim. Pelo menos não agora. Podia aparentar uma beleza infantil e calma, mas os olhos verdes (no escuro eram, definitivamente, verdes) cintilavam de uma maneira cruel e impiedosa e aquela voz cavernosa realmente acentuava aquele Eu-Lunar do homem.

-Nós sabemos que não há providência alguma a ser tomada. Se nós simplesmente pararmos de tomar conta de tudo e nos mudarmos daqui, irmos, não sei, para o México ou o Canadá -nossa tia não mora no Canadá?- eles nunca vão conseguir pegar-nos. Ficaríamos livres e limpos!, a voz que saía do mesmo homem agora era completamente diferente. Era mais baixa e acanhada mas, definitivamente, doce. Seu olhar também mudara. Parecia buscar um meio para fora daquele apartamento escuro de cortinas de veludo. O Eu-Solar dele parecia um homenzinho nervoso, daqueles que se vê em desenhos animados, atormentados pelo Pica-Pau. Tinha até um tique nervoso: seus dedos da mão direita batucavam na mão esquerda incansavelmente.

Thomas Gunner era um homem dividido. Dividido em dois como o dia, parte Lunar e parte Solar. Bem, todos nós somos, não é verdade?  Mas não daquela forma. Thomas Gunner fora completamente dividido em dois por seu trabalho. Literalmente. O problema é que antes o Eu-Lunar aparecia só em situações nas quais fosse necessário, mas agora? Bem, agora ele vivia um diálogo infinito em sua cabeça. Talvez as coisas tivessem mudado pois ele dera muita liberdade para seu Eu-Lunar. Tornara-o forte. Inflava-lhe o orgulho ser uma espécie de justiceiro e não se lembrar dos pequenos detalhes sujos que aquele "serviço" requeria. Agora era tarde e todas as ações que tomava (desde acordar até que livro ler) eram arduamente discutidas pelas duas vozes (em sua cabeça -quando estava entre pessoas- ou em voz alta, quando estava em seu apartamento, sozinho). Houvera uma vez na qual a discussão fora tão dura que ambas as partes gritavam uma contra a outra, atropelando-se, fazendo Thomas engasgar e cuspir de raiva até que foi interrompido pelo bater na porta. Era apenas o vizinho com medo da briga entre Thomas e seu convidado. Não houve muito problema em dispensá-lo, afinal.

Mas agora, as mentes focadas naquela discussão sobre tomar ou não providências contra o avanço significativo dos detetives Exupéry e Champollion o deixava extremamente ocupado. Tinha casos a cuidar, mas não tinha cabeça para aquilo. Precisava se proteger antes de proteger outras pessoas, não é mesmo?

-Para quê? Porque deveríamos sair de nossa terra, a terra de nossos ancestrais!? Podemos resolver isso com duas mortes. Eles não podem ser tão espertos. E nós temos uma vida aqui! Um emprego! Pessoas a punir, seja pela Justiça dos Homens ou pela Justiça da Lâmina!

-Isso não resolveria mais nada! Ou você acha que Exupéry e Champollion seriam os últimos detetives a tentar solucionar casos tão glamurosos quanto o de assassinos mortos misteriosamente após serem liberados!? Fomos estúpidos ao saírmos com o anel de formatura sob a luva! Cometemos um erro fatal e devemos nos redimir saindo daqui!

-Puritano tolo! Não cometemos erro algum! Isso só torna o jogo mais divertido! Eles estão muito perto e quando sentirem o nosso cheiro, estarão em nossa mesa, implorando por misericórdia. -E então estava decidido. A voz doce calara-se sob a potência da voz rascante e a decisão fora tomada. Thomas Gunner mataria os dois. Nas próximas treze horas.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Deísmo

Certo, eu sei que faz muito tempo que não escrevo aqui, mas houveram motivos mais do que suficientes para tal. Estudos, provas, a morte de minha cadelinha e a simples falta de inspiração. Peço desculpa aos amigos que reclamaram comigo sobre a continuação de "Fera-Humana", mas é melhor não escrever por um tempo do que escrever qualquer besteira. E respondendo à outras perguntas, sim, a história tem um final prontinho na minha cabeça e sei o fim de cada personagem.

Estava deitado, prestes a dormir quando senti aquele ímpeto de escrever. Aquele que toda pessoa que desfruta dessa arte conhece. Aquela força que te leva a por seus pensamentos confusos em palavras alinhadas em uma superfície branca. Então levantei, são 01:23 e aqui estou eu, escrevendo.

Como disse no post Religião, não tenho uma religião definida. Faço uma miscelânea das coisas em que acredito. Graças a uma amiga de faculdade, Daniele, eu descobri que sou Deísta! Qual não foi minha surpresa ao imaginar que em minha "loucura" perante a sociedade eu, logo eu, tinha o mesmo raciocínio de algumas das mentes mais brilhantes da história, como Mendel, Tolstói, Benjamin Franklin, Victor Hugo e até minha musa, J.K. Rowling. Segue o link de deístas famosos da Wikipédia.

Quem me conhece sabe da minha necessidade de saber as coisas e do nível de frustração e auto-repreensão que apresento ao não saber. Até hoje não sei bem se isso é uma característica positiva ou negativa da minha personalidade, mas devem imaginar como fiquei ao descobrir isso, uns dois meses atrás. Eu nem sequer sabia da existência desta corrente de pensamento! Depois de umas horinhas me martirizando, pesquisei na internet e li tudo o que pude sobre o assunto e é ridiculamente igual a minha linha de raciocínio. Se eu tivesse nascido no século XIII, talvez eu fosse o pai do Deísmo e não Edward Herbert, já que cheguei às mesmas conclusões sem pesquisar sobre isso em parte alguma!

Alguma coisa está lá fora, alguma força vital, energia, criador, deus, isto eu tomo como fato. Só não sei se dar-lhe um gênero, pintar-lhe uma imagem e embuti-lo de uma personalidade ao mesmo tempo vingativa e perfeitamente amável é algo certo a se fazer.

Infelizmente a humanidade não é evoluída o suficente para despir-se de preconceitos e acreditar em uma força superior sem precisar ir a uma igreja todo Domingo. Na verdade é ao contrário. O que acontece é que, sem a religião, nos dias de hoje, algumas pessoas já teria perdido completamente a moral e ética necessárias em um convívio em sociedade. É duro aceitar, mas muitos de nossos cidadãos só respeitam nossa Justiça Positiva (Lei escrita) e Justiça Natual (Lei Divina) porque temem o sofrimento eterno.

Criticar as profundas bases de, não apenas uma, mas todas as religiões de que tenho conhecimento requer uma boa quantidade de coragem, pelo menos de mim. Tenho amigos no Seminário, ateus, agnósticos, espíritas, budistas, evangélicos... não quero que aqueles que um dia, eventualmente, leiam isto digam que eu critico seu Deus. Só não acredito neste Deus ao mesmo tempo terrorista e pai do ano. É, eu sou Deísta.